De uns tempos pra cá a tecnologia vem assumindo um
espaço cada vez maior e mais importante no nosso dia a dia. Difícil imaginar a
vida sem tanta facilidade e rapidez. Que beleza poder ligar para a sua banheira
e planejar um banho de espuma quentinho em 15 minutos, que é o tempo até chegar
em casa. Mandar
mensagem e e-mail, navegar na internet, filmar, fotografar e ouvir um som praticamente
ao mesmo tempo em um único aparelho que está cada vez melhor e menor.
A quantidade de informação instantânea parece não caber
dentro dos nossos dias, visivelmente mais curtos para acomodar tanta tecnologia.
Será que é preciso mais horas no dia ou somos nós que nos tornamos mais impacientes,
inquietos e apressados?
Nos afligimos com a falta de tempo para responder e
deletar a montanha de e-mails que abarrota a nossa caixa de entrada, nos
sentimos culpados por não termos tempo de retornar mensagens e ligações. Nos
irritamos por não conseguir acompanhar a tantas novidades e inovações
tornando-nos reféns da era high tech. Ninguém mais vive sem e pobre daquele que
der uma de engraçadinho e não responder a um e-mail ou ligação! Ofensa grave!
A vida moderna pode ser facilitada pela tecnologia ao
nosso alcance, mas pode também se tornar um fardo para quem não consegue
acompanha-la.
Tanto frenesi virtual e tecnológico me faz ter saudade
de um tempo que nem vivi. Um tempo de lampiões e longas conversas depois do
jantar. Das cartas escritas a mão, que demoravam para chegar e tinham um sabor
de tesouro.
No passado a vida era mais difícil, sem dúvida. Acordar
antes do sol nascer, cortar lenha pra fazer fogo e aí então começar o dia. Era
tudo mais complicado, mas em contra-partida havia tempo para tudo e junto deste
tempo a vida tinha outro ritmo, mais calma, serena e sossegada. A vida era mais
bem aproveitada e vivida. As pessoas tinham mais tempo para si e para os outros
porque acima de tudo, respeitavam o tempo das coisas.
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