Fonte fotográfica: Google imagens
"É quando as
pessoas estão insatisfeitas com o presente que elas começam a apreciar o
passado ou sentir nostalgia dele", disse Nigel Hollis, analista global,
chefe da firma de pesquisas Millward Brown. Que grande verdade!
Esta insatisfação a
que Nigel se refere pode ser vista como efeito colateral da atualidade. Vivemos
na era digital de informação
instantânea, em que tudo fica ultrapassado num piscar de olhos.
Que graça tem adquirir
o ultimo modelo de celular se este já chega em
nossas mãos defasado? Isto me faz lembrar das aulas de marketing publicitário. Na
faculdade aprendemos sobre a obsolescência programada que é uma ação de marketing com o propósito de reduzir a vida útil de um produto e desta forma,
aumentar o consumo de versões mais recentes. Ou seja, existem estudos e
pesquisas direcionados para nos fazer cair na armadilha de, inutilmente querer
acompanhar a tecnologia, descartar o que temos sem remorço e entrar no ciclo
vicioso do consumismo desenfredao.
Esta banalização tecnologica abre espaço para o surgimento de um filão de mercado. Batizado como retrô, que significa para trás, este
estilo vem na contra-mão
da tecnologia de ponta descartável. Propõe o
relançamento de produtos consagrados e eternizados como grandes clássicos numa versão moderna
com inspiração no passado a partir de uma releitura perfeita de uma época ou estilo marcante.
Mais do que uma tendência,
vejo o retrô
como um freio para o consumismo. Peças de colecionadores são feitas para durarem uma vida toda. O valor do retrô está em preservar e enaltecer objetos como se
fossem raridade, exclusividade.
Este apreço ao
passado se reflete não só em objetos mas em vários setores do
mercado. A moda, sempre cíclica, aposta na maquiagem com
a volta da dupla delineador e batom vermelho e nos looks compostos por óculos com
grandes armações e cabelos vaporosos. O vestuario faz sua parte e ressurge nos
babadinhos dos vestidos, as mangas bufantes, as calças de cintura alta e os
sapatos de boneca. Estas referências tiradas do armário da vovó,
quem diria, são o último grito em materia de
novidade!
Grandes marcas dos setorres
automobilísticos
e de eletrodomésticos se rendem a esta onda lançando produtos com design de
décadas atrás. De geladeiras, fogões e Tvs a fuscas, relógios, camas, telefones e muito mais.
Os discos de vinil estão ganhando reediçoes especiais para serem tocados nas revitalizadas
vitrolas. Até as fotografias hoje
disponibilizam, a partir de programas especificos, aplicativos que as deixam
com cara de antigas, graças aos filtros esverdeados e rosados oriundos das máquinas analógicas que reinaram absolutas nas décadas
de 60,
70 e 80
As replicas trazem consigo o charme de uma era e buscam reviver um tempo repleto
de nostalgia e saudosismo despertando na nossa memória afetiva sentimentos e recordações que jamais irão cair no esquecimento.
Então
estamos combinados. Antes de comprar um novo brinquedinho tecnologico vale a pena
dar uma garimpada no fundo daquela gaveta empoeirada. Quem sabe lá a gente encontre mais do que lembranças.
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