sábado, 28 de julho de 2012

DEU SAUDADE




Quando você partiu sem ao menos me avisar 

 

Me fechei dentro do meu mundo que ficou cinza, sem ar

Com um nó na garganta e o peito apertado de saudade

A falta de você veio me perturbar

Me senti pela metade, injustiçada pela vida

Doida varrida, meio mundo comecei a xingar

Fechei a porta do banheiro

Meu choro sufocado pelo som do chuveiro

Abafava também o meu pensar

A água que caia sobre meu rosto se misturava as minhas lágrimas

Meu corpo cansado buscava o chão gelado no afã de te encontrar

Me encolhi, abracei meus joelhos e deixei desabar sobre mim todo o meu pranto, que era tanto e tao doído

A água morna aos poucos começou a me acalmar

Meu ser se encheu de paz em um subito piscar

Sequei meu corpo e me olhei no espelho

" Pronto, passou ", disse a mim mesma

Ou será que foi você no meu ouvido me fazendo lembrar

Que depois de tantos bons momentos

Nao era justo com a gente esse meu pesar

Tratei de guardar no fundo do coração nossa ligação que sei, transcendera

E jurei a mim mesma lembrar de tudo o que você veio a me ensinar

Contigo aprendi a me doar e entendi o amor incondicional

Obrigada, meu gordinho, voce foi sensacional!



Para Ozzy com amor!

 



DO TEMPO DA VOVÓ


                                                                                                   Fonte fotográfica:  Google imagens

"É quando as pessoas estão insatisfeitas com o presente que elas começam a apreciar o passado ou sentir nostalgia dele", disse Nigel Hollis, analista global, chefe da firma de pesquisas Millward Brown. Que grande verdade!

Esta insatisfação a que Nigel se refere pode ser vista como efeito colateral da atualidade. Vivemos na era digital de informação instantânea, em que tudo fica ultrapassado num piscar de olhos.

Que graça tem adquirir o ultimo modelo de celular se este chega em nossas mãos defasado? Isto me faz lembrar das aulas de marketing publicitário. Na faculdade aprendemos sobre a obsolescência programada que é uma ação de marketing com o propósito de reduzir a vida útil de um produto e desta forma, aumentar o consumo de versões mais recentes. Ou seja, existem estudos e pesquisas direcionados para nos fazer cair na armadilha de, inutilmente querer acompanhar a tecnologia, descartar o que temos sem remorço e entrar no ciclo vicioso do consumismo desenfredao.

Esta banalização tecnologica abre espaço para o surgimento de um filão de mercado. Batizado como retrô, que significa para trás, este estilo vem na contra-mão da tecnologia de ponta descartável. Propõe o relançamento de produtos consagrados e eternizados como grandes clássicos  numa versão moderna com inspiração no passado a partir de uma releitura perfeita de uma época ou estilo marcante.

Mais do que uma tendência, vejo o retrô como um freio para o consumismo. Peças de colecionadores são feitas para durarem uma vida toda. O valor do retrô está  em preservar e enaltecer objetos como se fossem raridade, exclusividade.

Este  apreço ao passado se reflete não em objetos mas em vários setores do mercado. A moda, sempre cíclica, aposta na maquiagem com a volta da dupla delineador e batom vermelho e nos looks compostos  por óculos com grandes armações e cabelos vaporosos. O vestuario faz sua parte e ressurge nos babadinhos dos vestidos, as mangas bufantes, as calças de cintura alta e os sapatos de boneca. Estas referências tiradas do armário da vovó, quem diria, são o último grito em materia de novidade!

Grandes marcas dos setorres automobilísticos e de eletrodomésticos se rendem a esta onda lançando produtos com design de décadas atrás. De geladeiras, fogões e Tvs a fuscas, relógios, camas, telefones e muito mais. Os discos de vinil estão ganhando reediçoes especiais para serem tocados nas revitalizadas vitrolas. Até  as fotografias hoje disponibilizam, a partir de programas especificos, aplicativos que as deixam com cara de antigas, graças aos filtros esverdeados e rosados oriundos das máquinas analógicas que reinaram absolutas nas décadas de 60, 70 e 80

As replicas trazem consigo o charme de uma era e buscam reviver um tempo repleto de nostalgia e saudosismo despertando na nossa memória afetiva sentimentos e recordações que jamais irão cair no esquecimento.
Então estamos combinados. Antes de comprar um novo brinquedinho tecnologico vale a pena dar uma garimpada no fundo daquela gaveta empoeirada. Quem sabe a gente encontre mais do que lembranças.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

BEM LONGE DAQUI




Você já deve ter lido ou ouvido a máxima que, para um homem se sentir realizado na vida é preciso plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Pode até  ser, mas nesta lista incluo também um item fundamental: viajar! Viajar è preciso tanto quanto plantar, escrever e procriar. Saindo da nossa zona de conforto aprendemos mais sobre nós. Nos tornamos mais independentes, menos preconceituosos e complacentes em aceitar outras culturas, outras formas de pensar e de viver. 

Reciclamos ideias, nos reinventamos, descobrimos quem realmente somos. Longe de casa, nos desengessamos de moldes comportamentais impostos e por muitas vezes ultrapassados e, sem estas referências que nos dão uma falsa segurança, nos questionamos mais. Será  que eu gosto mesmo disto ou eu não me dei a oportunidade de conhecer além disto? 

Enquanto viajantes, deixamos a frescura em casa e dentro da mochila abrimos espaço para experimentar.  È so lembrar das senssações que as viagens causam em nós, daquela euforia da chegada e a nostalgia da partida. Com uma máquina fotográfica  em punho e as retinas bem abertas, nosso espírito aventureiro emerge e tudo o que importa è absorver ao máximo o diferente, o inusitado, o novo e levar um pouquinho disto tudo pra dentro de  nós.

Caminhamos mais quando viajamos. Nos arriscamos mais em programas que não faríamos na nossa cidade, no nosso meio. Pegamos trem, ônibus e metrô sem nada de encucação porque o foco está  no passeio, não  no transporte, aliás, o que nos conduz faz parte do passeio. Olhamos mais pros outros na rua, como se vestem, se comportam, a maneira que falam e gesticulam. 

Quando viajamos nos libertamos de nós mesmos. Daquela pessoa enraizada que não  se permite muito e se cobra tanto. Quando saímos  do nosso habitat nos permitimos oxigenar pensamentos e, ao voltar pra casa, tudo o que queremos è sonhar e planejar um próximo encontro com a gente bem longe de casa.


 

sábado, 21 de julho de 2012

ABRINDO AS ASAS



Os olhos atentos dos pais seguem cada movimento da sua cria. O instinto de  proteção e zelo è enorme, na mesma proporção do seu amor. Por conta de tanta insanidade  urbana, è compreensível  que pais fiquem inseguros e queiram prolongar ao máximo aquela fase de dependência total de seus filhos. Soltar seu pimpolho desprovido de maldade e cheio de inocência  neste mundo, que por tantas vezes se mostra hostil, injusto e cruel, nao è tarefa fácil.

No calor dos seus braços, coração com coração batem ritmados e calmos e a mente sossega junto com a sensação de que nada de mal possa acontecer.
Mas não tem jeito. Crianças crescem rápido  e o colo quentinho que antes era seu porto seguro, já não basta pra tanto viver e descobrir. Chega uma hora em que seu filhote consegue  pronunciar as primeiras frases, expressar seus pensamentos. Passa a perceber,  interagir e criar seu universo particular repleto de  dúvidas,  perguntas e uma curiosidade voraz sobre tudo a explorar.

Com passos ainda não tão firmes e os sentidos cada vez mais aguçados,  surgem os primeiros amiguinhos e junto com eles uma vida social. Os convites começam a pintar, as festinhas de aniversário, passeios no parque, no clube, voltas de bicicleta, idas a sorveteria e a escola.

Estas  experiências  sao fundamentais  pois irão  definir a afetividade, o companheirismo, a solidariedade  e o espírito de equipe que seu filho vai adquirir e levar pra vida toda.O incentivo para que ele seja cada vez mais independente vai  deixa-lo mais seguro para suas posteriores escolhas.

Por mais chocadeiras que sejamos, temos que lembrar do velho e bom cliche de que os filhos são criados pro mundo e  devagar, abrirmos nossas asas para que eles alcem voos cada vez mais altos sem medo da queda, tendo a certeza de que seu ninho estará sempre esperando por eles.