sábado, 28 de julho de 2012
DO TEMPO DA VOVÓ
Fonte fotográfica: Google imagens
"É quando as
pessoas estão insatisfeitas com o presente que elas começam a apreciar o
passado ou sentir nostalgia dele", disse Nigel Hollis, analista global,
chefe da firma de pesquisas Millward Brown. Que grande verdade!
Esta insatisfação a
que Nigel se refere pode ser vista como efeito colateral da atualidade. Vivemos
na era digital de informação
instantânea, em que tudo fica ultrapassado num piscar de olhos.
Que graça tem adquirir
o ultimo modelo de celular se este já chega em
nossas mãos defasado? Isto me faz lembrar das aulas de marketing publicitário. Na
faculdade aprendemos sobre a obsolescência programada que é uma ação de marketing com o propósito de reduzir a vida útil de um produto e desta forma,
aumentar o consumo de versões mais recentes. Ou seja, existem estudos e
pesquisas direcionados para nos fazer cair na armadilha de, inutilmente querer
acompanhar a tecnologia, descartar o que temos sem remorço e entrar no ciclo
vicioso do consumismo desenfredao.
Esta banalização tecnologica abre espaço para o surgimento de um filão de mercado. Batizado como retrô, que significa para trás, este
estilo vem na contra-mão
da tecnologia de ponta descartável. Propõe o
relançamento de produtos consagrados e eternizados como grandes clássicos numa versão moderna
com inspiração no passado a partir de uma releitura perfeita de uma época ou estilo marcante.
Mais do que uma tendência,
vejo o retrô
como um freio para o consumismo. Peças de colecionadores são feitas para durarem uma vida toda. O valor do retrô está em preservar e enaltecer objetos como se
fossem raridade, exclusividade.
Este apreço ao
passado se reflete não só em objetos mas em vários setores do
mercado. A moda, sempre cíclica, aposta na maquiagem com
a volta da dupla delineador e batom vermelho e nos looks compostos por óculos com
grandes armações e cabelos vaporosos. O vestuario faz sua parte e ressurge nos
babadinhos dos vestidos, as mangas bufantes, as calças de cintura alta e os
sapatos de boneca. Estas referências tiradas do armário da vovó,
quem diria, são o último grito em materia de
novidade!
Grandes marcas dos setorres
automobilísticos
e de eletrodomésticos se rendem a esta onda lançando produtos com design de
décadas atrás. De geladeiras, fogões e Tvs a fuscas, relógios, camas, telefones e muito mais.
Os discos de vinil estão ganhando reediçoes especiais para serem tocados nas revitalizadas
vitrolas. Até as fotografias hoje
disponibilizam, a partir de programas especificos, aplicativos que as deixam
com cara de antigas, graças aos filtros esverdeados e rosados oriundos das máquinas analógicas que reinaram absolutas nas décadas
de 60,
70 e 80
As replicas trazem consigo o charme de uma era e buscam reviver um tempo repleto
de nostalgia e saudosismo despertando na nossa memória afetiva sentimentos e recordações que jamais irão cair no esquecimento.
Então
estamos combinados. Antes de comprar um novo brinquedinho tecnologico vale a pena
dar uma garimpada no fundo daquela gaveta empoeirada. Quem sabe lá a gente encontre mais do que lembranças.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
BEM LONGE DAQUI
Você já deve
ter lido ou ouvido a máxima que, para um homem se sentir realizado na
vida é preciso plantar uma árvore,
escrever um livro e ter um filho. Pode até ser, mas nesta lista incluo
também um item fundamental: viajar! Viajar è preciso tanto quanto
plantar, escrever e procriar. Saindo da nossa zona de conforto aprendemos mais
sobre nós. Nos tornamos mais independentes, menos preconceituosos e complacentes em
aceitar outras culturas, outras formas de pensar e de viver.
Reciclamos
ideias, nos reinventamos, descobrimos quem realmente somos. Longe de casa, nos
desengessamos de moldes comportamentais impostos e por muitas vezes
ultrapassados e, sem estas referências que nos dão uma falsa segurança,
nos questionamos mais. Será que eu gosto mesmo disto ou eu não me dei a
oportunidade de conhecer além disto?
Enquanto
viajantes, deixamos a frescura em casa e dentro da mochila abrimos espaço para
experimentar. È so lembrar das senssações que as viagens causam em
nós, daquela euforia da chegada e a nostalgia da partida. Com uma máquina
fotográfica em punho e as retinas bem abertas, nosso espírito aventureiro
emerge e tudo o que importa è absorver ao máximo o diferente, o inusitado, o
novo e levar um pouquinho disto tudo pra dentro de nós.
Caminhamos
mais quando viajamos. Nos arriscamos mais em programas que não faríamos na nossa cidade, no nosso meio. Pegamos trem, ônibus e metrô sem nada de
encucação porque o foco está no passeio, não no transporte,
aliás, o que nos conduz faz parte do passeio. Olhamos mais pros outros na rua,
como se vestem, se comportam, a maneira que falam e gesticulam.
Quando
viajamos nos libertamos de nós mesmos. Daquela pessoa enraizada que não se
permite muito e se cobra tanto. Quando saímos do nosso habitat nos
permitimos oxigenar pensamentos e, ao voltar pra casa, tudo o que queremos è
sonhar e planejar um próximo encontro com a gente bem longe de casa.
sábado, 21 de julho de 2012
ABRINDO AS ASAS
Os olhos
atentos dos pais seguem cada movimento da sua cria. O instinto de
proteção e zelo è enorme, na mesma proporção do seu amor. Por conta de
tanta insanidade urbana, è compreensível que pais fiquem inseguros
e queiram prolongar ao máximo aquela fase de dependência total de seus
filhos. Soltar seu pimpolho desprovido de maldade e cheio de inocência neste
mundo, que por tantas vezes se mostra hostil, injusto e cruel, nao è tarefa fácil.
No calor dos seus braços, coração com coração batem ritmados e calmos e a mente sossega junto com a sensação de que nada de mal possa acontecer.
Mas não tem
jeito. Crianças crescem rápido e o colo quentinho que antes era seu porto
seguro, já não basta pra tanto viver e descobrir. Chega uma hora em que
seu filhote consegue pronunciar as primeiras frases, expressar seus
pensamentos. Passa a perceber, interagir e criar seu universo particular
repleto de dúvidas, perguntas e uma curiosidade voraz
sobre tudo a explorar.
Com passos ainda não tão firmes e os sentidos cada vez mais aguçados, surgem os primeiros amiguinhos e junto com eles uma vida social. Os convites começam a pintar, as festinhas de aniversário, passeios no parque, no clube, voltas de bicicleta, idas a sorveteria e a escola.
Estas experiências sao fundamentais pois irão definir a afetividade, o companheirismo, a solidariedade e o espírito de equipe que seu filho vai adquirir e levar pra vida toda.O incentivo para que ele seja cada vez mais independente vai deixa-lo mais seguro para suas posteriores escolhas.
Por mais chocadeiras que sejamos, temos que lembrar do velho e bom cliche de que os filhos são criados pro mundo e devagar, abrirmos nossas asas para que eles alcem voos cada vez mais altos sem medo da queda, tendo a certeza de que seu ninho estará sempre esperando por eles.
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