O Grito / Edvard Munch
Desinteligência. Chamou minha atenção este termo ao
ouvi-lo num programa de televisão em que mostra a rotina da polícia durante as
madrugadas da borbulhante e frenética São Paulo.
Em meio a inúmeras ocorrências como brigas de família,
barracos entre vizinhos, pais bêbados dando vexame em frente aos filhos, os
policiais empregaram por diversas vezes e muito sabiamente esta expressão ao
longo da noite. Não chega a ser uma ofensa, mas incomoda.
Ninguém está livre de ser desinteligente. Um espertinho
que fura a fila do banco, lhe cortar a frente no trânsito, a falta de educação
pode custar nossa sanidade e um belo chute no balde. Quando o sangue sobe a
última coisa que pensamos é na moderação, no auto controle e em ter cautela. Ser
desinteligente é brigar, gritar e magoar quem a gente ama sendo que uma conversa
séria e madura poderia evitar dores de cabeça, de consciência e de coração.
As favas para a desinteligência! Ela é inimiga do auto
controle, do equilíbrio, da prudência. É preciso negociar com a tinhosa, não
deixar que ela nos vença assim tão fácil. É preciso respirar fundo, dimensionar
o tamanho da encrenca, ver se vale mesmo a pena rodar a baiana.
O médium Xico Xavier já aconselhava aos mais
impetuosos tomar um copo d`água antes de se precipitar. Cada gole serve para
frear o impulso, aos poucos lhe acalmar. Quem bebe água não tem capacidade para
esbravejar, xingar. Quem sabe, se ao terminar o copo, você já consiga
raciocinar e impedir que a sua desinteligência perpetue! Touché!
Ninguém está dizendo aqui para você ser um banana que
a nada reage. Nada disto. Existem alternativas bastante eficazes e menos
desgastantes do que parar de pensar e partir pra cima. A indiferença, o desdém,
o descaso costumam ser uma boa resposta. O desprezo então, um tapa de luva de
pelica.
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