segunda-feira, 22 de julho de 2013

Silêncio nas palavras

                                                                             Fonte fotográfica: google imagens




Me expresso melhor quando calada
Nas entrelinhas do meu silêncio está meu melhor discurso
Não sou boa com as palavras
Falo por falar, me equivoco, me arrependo
E, uma vez que falo, não posso "desdizer", voltar atrás
Pedir desculpas soa um pouco blasè
Por isto prefiro escrever
Tenho mais chances de corrigir meu pensamento
Os pontos e vírgulas soam como as pausas que preciso para me fazer entender
Reflito e me questiono mais ao escrever
Escrevo, apago, acho infantil, inédito, profundo, me comovo, apago, escrevo de novo
Não sei se um dia vou aprender a arte de bem falar
Sei que a oratória é para poucos
Sou menos articulada do que gostaria
A escrita me representa melhor que a palavra falada
Me salva quando preciso me expor
Sigo então com os meus rabiscos sinceros e incompletos
Que podem ser apagados, revisados ou refeitos
Ao contrário das palavras ditas.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Chegou carta para você!



Lembra da última vez que você mandou um postal pra alguém? Ou da última carta que recebeu? Não vale boletos ou promoções de bancos e lojas. Me refiro as cartas de verdade. Aquelas escritas com a sua letra, com papel e caneta.

Não faz muito tempo em que era comum abrir o correio de casa e se deliciar com correspondências que traziam notícias de parentes, amigos e amores que viviam longe de nós. Receber uma carta, um cartão postal de quem fazia uma viagem e dividia com a gente o que vivenciava, era como ganhar um presente. Esperar não era um problema, fazia parte das contingências da vida e ninguém se queixava por isto. Havia sim a expectativa. Quando chegariam as novidades do lado de lá? Muito bom era ser lembrado e convidado a compartilhar um pouco do que o querido remetende estava vivendo.

Saudosista que sou, sinto falta das cartas e dos cartões postais. Não consigo me emocionar com uma mensagem de texto da mesma forma que meus olhos brilham ao ler as boas novas escritas a mão , por vezes tremidas, com pressa, com comoção . O ritmo da escrita diz muito sobre nós.
Romantismos à parte, quando uma mensagem tinha que chegar com pressa, para isto contávamos com o temido telegrama,  sinal de urgência,  de alerta ou com o telefone, mas sem abusar. Ao telefone  falava-se o que era preciso , sem delongas, sem  encheção de linguiça. As chamadas custavam o olho da cara e por isto era preciso economizar nas palavras e rapidamente dizer o que era importante dentro dos minutos, salgados de caros.

Agora se você nasceu na década de 90 esqueça de tudo o que leu até agora. Peça pros seus pais contarem quantos eram os felizardos que tinham um celular a tira-colo quando você veio ao mundo. Tão acessível hoje em dia, com tantas marcas a disposição, é quase impossível  imaginar que tal aparelho sem fio fosse tão cobiçado. Assim que surgiu, o celular era do tamanho e do peso de um tijolo mas era o must da conveniência em matéria de comunicação.  Ainda não existiam sms ou torpedos, mas quem ligava pra isto? A magia da portabilidade estava ao nosso alcance desde que houvesse sinal e area de serviço (isto parece nunca mudar).

Foi então que, de mansinho, começamos a ouvir falar de internet. Mundo estranho aquele das "arrobas", dos "www" e dos ".com.br". Mas bastou pouco tempo para nos familiarizarmos e aderirmos a este universo inovador e instigante que logo tomaria conta da vida moderna. No começo era tudo mais lento, assim como nós, que fomos nos habituando a esta novidade gradualmente. Este talvéz possa ter sido o divisor de águas para as cartas, que deram lugar aos instantâneos e-mails, mais práticos em tempos de pouco tempo. De fato e-mail e carta tem a mesma função. Comunicam, mas o e-mail beira ao descartável, é frio e no máximo merece lugar numa pasta de arquivos pessoais.  Já para as cartas existe um tratamento especial. Normalmente são guardadas com carinho em uma caixa, baú ou uma gaveta para serem lidas e relidas quando o coração apertar.

A internet  se tornou uma ferramenta insispensável seja para um adolescente auto didata que estuda a distância quanto para um médico que se atualiza via conferências. E vai muito além. O Doutor Google colocou no bolso coleções de enciclopédias e a biblioteca inteira em um único site de busca. O Senhor Youtube imortalizou vídeos, filmes e otimizou nosso tempo com a utilidade de  podermos ver e rever nosso programa preferido quando bem quisermos. Os e-books estão cada dia mais presentes e os livros em pouco tempo serão artigos cultuados pelos nostálgicos de plantão. E o que dizer dos inacreditáveis downloads de músicas grátis?!

Como nem tudo são flores, existe o outro lado da moeda. Vida virtual pode ser sinônimo de falta de privacidade e aprisionar ao invés de aproximar. Inadmissível não responder a um e-mail na mesma hora em que foi mandado. Ultrajante passar um final de semana com o celular desligado. Imperdoável não estar a disposição, prontamente acessível! Não existe mais fuga pós internet.
Seria insano e retrógrado renegar a tecnologia, que está aí pra nos facilitar a vida.  Mas  é sempre bom lembrar que hackers e pessoas mal intencionadas vem junto com o pacote dos benefícios virtuais. Cuidado ao sair por aí mostrando sua vida, seus hábitos , sua rotina, com a ingenuidade de que só seus amigos terão acesso aos seus dados. Bom senso é ter controle de tudo o que se posta e se publica via on line pra não ter amargas surpresas.

Nesta era digital com tantas tentações virtuais, considero o Skype a cereja do bolo. Um programa que veio para encostar continentes sem a necessidade de gastar um centavo além de uma internet veloz. Basta uma chamada para aproximar mundos e oceanos e matar a saudade com direito a áudio e vídeo! Toda vez que uso o skype, fico com a impressão de ter feito uma prazerosa visita. Quase tão boa quanto receber uma carta!