sexta-feira, 7 de setembro de 2012

EXCEÇÕES À REGRA


                                    Amin


Os muçulmanos sempre me causaram medo e fascínio. Mais medo, confesso. Ao mesmo tempo que me instigava o mistério dos sete véus, da dança do ventre, das mesquitas, sheiks e suas 1001 noites, me dava calafrios qualquer referência ao universo árabe. Explico. Tinha a impressão que, debaixo daqueles turbantes e túnicas, estava escondido um cinturão de bombas prontas pra detonar o que viesse pela frente a qualquer instante. 
Exageros a parte, convenhamos que não é a toa que esta ideia distorcida permeava meus piores pesadelos. Quantas foram as vezes que vi na TV e li nos jornais sobre os inúmeros atentados terroristas, sobre os ataques a tantos civis inocentes? A face serena de Osama Bin Laden era contraditória as constantes atrocidades e massacres cometidos em nome de Ala. Intrigante aquele homem com cara de bom promover tanto mal.
Ficou gravado no meu subconsciente que, junto as burkas e véus existe radicalismo e violência. Sim, de fato existe. Mas nem por isso é certo tachar toda uma Nação de terrorista. Quando generalizamos, não levamos em conta as muitas exceções que fogem a regra e se diferem do "todo mundo", do "ninguém" ou do "qualquer um". 
E hoje percebo a minha apressada sentenca do que tao pouco conhecia. Foi um marroquino chamado Amin, que desmestificou meus equivocados julgamentos sobre o Oriente Médio. Ele é um jovem trabalhador, com um coração enorme, humilde, pronto pra ajudar a qualquer momento. Sensível e alegre. O oposto dos meus demônios do oriente.
Existem tantos "Amins" por aí a espera de uma oportunidade para  mostrarem que estão fora do balaio em que foram colocados. Nem todos os seguidores do Alcorão são extremistas. E cruzando mares, mais pra cá no ocidente, o mesmo se repete. Nem todo brasileiro é bom de bola, nem todo baiano é preguiçoso, nem todo politico é corrupto, nem todo gaucho é gay, nem toda modelo é burra, nem todo carioca é malandro e nem todo paulista è workaholic. Exemplos temos as pencas que é mais cômodo vulgarizar um grupo a enaltecer as minorias.
É  incoerente colocar num mesmo pacote todo um povo, classe ou categoria, sem ao menos procurar conhecer a fundo, distinguir suas peculiaridades, seus pormenores, sem identificar e reconhecer suas exceções
Amin se mostrou um jovem afetuoso, feliz, apegado a família. Me contou sobre o sentido da purificação do hamadam, os principios árabes e disse que as coisas estao bem mais evoluidas pras bandas de la do que pressupomos.
Nelson Rodrigues ja dizia que "Toda unanimidade é burra".  Concordo com ele e ouso acrescentar que toda generalização é injusta.

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