quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Sem Contenção



Das vidas que já vivi
Do pranto, do riso, do gozo e da dor
Fica a poeira que deixei na estrada quando naquela curva virei
Olhando para traz tudo ficou tão longe de mim que nem sei 
Vidas que se distanciaram junto daquilo que um dia fui
Dos livros que li, das músicas que cantei, das viagens que fiz, das pessoas que encontrei
De quem me amou, de quem amei
Sombras de mim se revelam em amareladas fotografias, em vídeos preto e branco
E legitimam um passado pra quem quiser me conhecer
Um registro do que fui, fragmentos do meu ser
Muitas foram as vezes que tirei o pó dos meus porta-retratos,
Tão bem posicionados no aparador das minhas lembranças prediletas
Manoel de Barros já dizia que o tempo só anda de ida
E anda depressa, sem contenção nos trilhos da vida
Sobre os finos que já tirei
Meu corpo fechado há de se abrir pra novos riscos correr
E se preparar pra outras vidas viver

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