28 de fevereiro
de 2013 foi o último dia de emérito Bento XVI. Cansado e doente, o Papa pediu as contas. Aparentemente
abatido pela pressão e rigidez doutrinal, Bento XVI encerra seu papado um tanto desgastado com
a Igreja que, segundo suas palavras, está dividida e imersa em crises. Sem forças para seguir
com suas obrigações religiosas, decidiu renunciar ao maior poder à frente da
Igreja Católica e viver com uma pensão de
2.500 euros ao mês.
E em seu lugar, Jorge Mario Bergoglio foi anunciado pelo Vaticano como o 266º Papa a entrar para a história. Aos 76 anos, o ex cardeal argentino escolheu ser chamado apenas de Francisco, dispensando sobrenome e numeral. E não foi só disto que o novo Papa abriu mão. Minutos após ser anunciado, em sua primeira aparição na varanda central da Basílica de São Pedro, deixou de lado a seriedade e formalidade já esperadas de um monarca papal e subverteu as convenções surpreendendo com um discurso simples e afetuoso.
Bastante
aplaudido e saudado, o primeiro Papa latino-americano e também o primeiro
jesuíta, fala como um padre de paróquia, de forma que a Igreja não via desde o
carismático papa João Paulo II. Humilde e acessível, muitas vezes se dirige aos
fiéis de improviso e gosta de contar histórias de sua experiência como pastor.
Os cardeais que elegeram Francisco apostam em
uma nova abordagem eficaz e atuante, que se faz
necessária a medida que o excesso de normas, dogmas e rigidez da Igreja Católica foram os
principais motivos a afastar e levar católicos a procurar um movimento
religioso que lhes conferisse uma maior identificação e satisfação
espiritual.
Sua
santidade, de fala suave e olhar sereno, tem se mostrado ativo e rigoroso com
questões
cabeludas, há séculos abafadas e ignoradas por cardeais e sacerdotes. Com pouco mais de um mês no
pontificado, cobrou a determinação contra casos de pedofilia e agressões a
crianças e adolescentes envolvendo membros da Igreja Católica Apostólica
Romana. Se manifestou com firmeza e foi categórico em sua recomendação quanto a
tomada de decisões sobre abusos sexuais, visando a proteção de crianças e daqueles
que sofreram tal violência.
A igreja se renova com um Papa de sangue
latino e coração aberto as mazelas sociais. Tanto tempo de silêncio e tolerância com assuntos polêmicos parecem estar com dias contados. O maior representante de Deus arregaçou as mangas e começou
a varrer toda a sujeira escondida debaixo dos tapetes sagrados. O Papa é pop e não poupa ninguém!
Que assim seja!
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